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Marielen Baldissera

Em minha pesquisa de doutorado fotografo intervenções urbanas (lambes, pichações, adesivos, etc.) que contenham mensagens feministas e que tenham sido produzidas por mulheres. A partir dessas fotografias realizo colagens e desenhos que retornam à paisagem urbana levando a assinatura de @mulheriourbano. Mulherio Urbano é um coletivo de artivistas feministas do qual sou integrante. Iniciamos nossas atividades em Porto Alegre no ano de 2019 e, até o momento, nossa formação é de três artistas/pesquisadoras que trabalham com feminismo e produção de imagens.

 

Em nossos trabalhos pessoais utilizamos diferentes suportes, como fotografia, desenho e graffiti e, no coletivo, realizamos intervenções urbanas principalmente com a colagem de lambes e adesivos pelas cidades em que habitamos e pelas quais nos deslocamos. O objetivo dessas ações é espalhar mensagens sobre questões relacionadas à ocupação dos corpos femininos nos espaços públicos, sobre sexualidade, racismo e afetividade. Buscamos dialogar com outras mulheres por meio de imagens e frases, nas ruas e no meio virtual, em nossa conta no Instagram, pensando em modos de fazer política de forma poética.


Nesta comunicação apresento uma série de ilustrações em que replico frases que encontro escritas nas paredes da cidade e utilizo fotografias realizadas por mulheres como referência para desenhos. Também apresento o processo de inserção dessas criações no ambiente urbano e no meio virtual. Ao mesmo tempo, busco tensionar o lugar de pesquisadora acadêmica e o de artista e ativista, bem como a criação coletiva e individual realizada pelo Mulherio Urbano. Sendo mulher, assim como minhas interlocutoras, coloco-me nas ruas da cidade intervindo sobre ela e lidando com problemas que os corpos femininos enfrentam em espaços públicos, levando em consideração as diferenças de que cada uma de nós carrega. É gerada uma espécie de movimento circular que tem início no espaço urbano e vai ganhando força e se reinventando para voltar a atuar no mesmo meio. Dessa maneira, proponho-me a pensar como esses movimentos produzem conhecimento antropológico, artístico e político em uma pesquisa de doutorado e no viver de um coletivo de mulheres, relacionando as ações práticas com a produção teórica de autoras que abordam assuntos como feminismo, artes visuais e antropologia visual.

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